Bom dia, droppers,
E bem-vindos aos +141 novos droppers que se juntaram a nós desde a última edição. Aqui tem informação. Aqui não tem paywall!
Hoje eu aprendi: que, depois de ser repreendido por uma mulher que achava que seus sapatos eram muito caros para crianças, Shaquille O'Neal renunciou a um contrato de US$ 40mi com a Reebook e assinou um com o Walmart. Ele então trouxe designers da Reebook para que seus sapatos do Walmart parecessem mais caros do que o preço de $20. Até hoje, mais de 400milhões pares foram vendidos.
Na edição de hoje, em 1155 palavras em ~6 minutos:
O M&A das Startups: nuvini faz as malas
O que rolou mundo afora: Demissões, Microsoft, T-Mobile + RR, FTX
O M&A das Milhas: 123 e Max!
O que rolou Brasil adentro: FORME, Transfeera, Viziomed, Americanas
eSport é Esporte?
TechDrop é a newsletter sobre tecnologia e negócios tipo Biotônico Fontoura para seu cérebro, quando mais consome mais inteligente fica.
O M&A das Startups: nuvini faz as malas
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“Comer comer, é o melhor para poder crescer”, o slogan ficou famoso nas propagandas da Biotônico Fontoura, mas bem que podia ser o da nuvini, o conglomerado de startups de software criado por Pierre Schurmann. Agora, depois de tanto comer, a nuvini pode estar de malas prontas para estrear na Nasdaq através de um SPAC da gestora americana Mercato Partners.
A Nuvini: usa aquisições de startups fora de grandes centros para criar um ecossistema de soluções SaaS, ao mesmo tempo que dá liquidez aos fundadores e acumula a receita toda embaixo de um mesmo guarda-chuva. Até hoje, 6 startups foram adquiridas: Leadlovers, Ipê Digital, Effecti, Datahub, Onclick e Mercos. O plano era continuar comprando, adquirindo entre 15-20 empresas e atingir R$4bi de receita até 2025 - mas a música mudou, e a nuvini precisa mudar o jeito de dançar.
A Mercato: a gestora americana com 4 fundos em operações lançou seu SPAC (um cheque em branco com o único propósito de adquirir uma empresa e levá-la ao mercado de capitais) no final de 2021 e está em busca de um alvo para aportar seu ~R$1 bilhão desde então - parece que, finalmente, deu match.
SPAC: é uma alternativa ao tradicional IPO. Um atalho direto ao mercado de capitais sem a maioria das dores de cabeça de um IPO. Mas, isso não significa que tudo sejam flores. Somente em dezembro’21, cerca de 70 SPACs não encontraram alvos para seus cheques e devolveram a grana aos investidores.
Uma eventual abertura de capital na Nasdaq pode ser o fôlego que a nuvini precisa para continuar expandindo seu portfólio de soluções SaaS através de aquisições, ao mesmo tempo que lhes dá acesso ao mercado de investidores americanos.
O que rolou mundo afora
Demissões: Parler demitiu 75% dos funcionários (sobraram apenas 20), BlackRock, o hedge fund, também está cortando 500 vagas.
Microsoft: está lançando um pacote de $1.99 do Microsoft365 com 100GB de armazenamento e mais.
T-mobile: está considerando adquirir a operadora telefônica criada pelo (também) ator Ryan Reynolds, Mint Mobile.
FTX: sob nova direção, anunciou que já foram recuperados $5 bilhões em dinheiro e outros ativos líquidos - enquanto isso, SBF entrou para o substack.
O M&A das Milhas: 123 e Max!
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Já que mais com mais é mais… os dois maiores sites de vendas de milhas e compras de passagem do Brasil, MaxMilhas & 123Milhas, estão prestes a juntar as escovas de dente, o que formaria a maior OTA (Online Travel Agency) do país, com R$6 bilhões em vendas - quase 50% da CVC (nacional) e +100% da Decolar (gringa) - segundo uma reportagem do Neofeed.
Juntar forças em um momento crítico pode ser a melhor saída para ambas:
O risco de mercado: as companhias aéreas proíbem que seus clientes vendam suas milhas (segundo eles, vender milhas perde o sentido do programa de fidelização), ao mesmo tempo que, ambas startups atuam comprando milhas não utilizada de clientes e emitindo passagens junto às consolidadoras - Confiança e BeFly - por fim vendendo ao consumidor final a preços atraentes.
A guerra existe faz tempo, a maioria dos processos acabaram a favor das startups/passageiros, mas…O risco da operação: segundo fontes, a maioria da produção é terceirizada, ou seja, as startups vendem a passagem e depois repassam a venda a outra agência, com crédito. Grandes grupos hoteleiros oferecem parte do seu inventário a determinadas agências como forma de diminuir riscos. Mas o que acontece se o humor desses grupos mudar de um dia para o outro?
O risco das saídas: a estrada que leva startups ao mercado de capitais está em reforma e praticamente ninguém com um carro tech está chegando no IPO.
A 123 até que tentou, contratou o BTG para ajudar na busca por um investidor (R$500mi por 30%) que daria a última abastecida no tanque, mas não o encontrou. A fusão provavelmente não trará a tão desejada liquidez, mas traz mais robustez para enfrentar os buracos no caminho.
O merge ainda não foi concretizado mas, se acontecer, ambas devem continuar operando de forma independente, com Max Oliveira em frente a Max e Ramiro Madureira em frente a Ram 123.
O que rolou Brasil adentro
FORME, a edtech ensinando finanças nas escolas, capta rodada equity free de U$25k liderada pela Microlumbia (estudantes da Columbia Business School).
Transfeera, a fintech de soluções de pagamentos para cliente B2B, capta rodada série A de R$7mi, liderado pela Honey Island e 4UM.
Viziomed, a healthtech usando IA para diagnosticar doenças graves em estágios iniciais, capta R$1mi em rodada liderada pela DOMO Invest.
Americanas, encontrou um buraco financeiro (“inconsistências contábeis”) de R$20 bilhões em seu balanço e tanto o CEO quanto o CFO renunciaram.
eSport é Esporte?
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Depende para quem você perguntou. Se você perguntar para o gamer, sim. Se você perguntar para a ministra do esporte, não.
Essa semana a ex-jogadora de vôlei e atual ministra, Ana Moser, fez a comunidade de atletas de videogame caírem das cadeiras gamer ao dizer: eSport não é Esporte!
Ainda de acordo com a ministra, só por que a Ivete Sangalo treina para fazer os shows, não a torna uma atleta da música, e sim uma artista do entretenimento - e é exatamente nessa categoria, entretenimento, que os eSports se encaixam. Mas afinal, o que é o eSport?
Na hora de pedir benefício tributário, eSport é tecnologia.
Na hora de se encaixar na Lei Rouanet, eSport é manifestação cultural.
Na hora de receber patrocínio estatal, eSport é entretenimento.
Mas se eSport realmente quiser ser Esporte, bem, a taxação também vai acompanhar:
Computador gamer: 0% de Taxa de Importação, 1.3% de IPI;
Raquete de Tênis: 16% de Taxa de Importação, 13% de IPI;
Por outro lado, sem ser categorizado como esporte, não tem olímpiadas para os gamers. Dentre os países que já consideram eSport um Esporte, estão: Estados Unidos, China, África do Sul, Itália, Rússia, Dinamarca, Ucrânia, Nepal e Coréia do Sul.
Let the games tretas begin…
Contra dados não há argumentos
Status do dia
As ações da varejista Americanas (AMER3) cairam 77% ontem após a descoberta do rombo contábil, saindo de um valor de mercado de R$10.83 para R$2.45 bilhões - ou seja R$8.37 bilhões desapareceram durante apenas 1 pregão.
Os demais players do setor Via Varejo (VIIA3) e Magalu (MGLU3) que cairam 5%.