Bom dia, droppers. Quase tivemos uma ganhadora no jogo do O Botão da última edição, mas não foi dessa vez - e o prêmio dobrou novamente.
Hoje eu aprendi: o quanto as celebridades gastam para participar do Met Gala. Um ingresso para o Met Gala chega a custar R$250k por pessoa, ou R$1.5 milhões por uma mesa.
Na edição de hoje, em ~6 minutos:
Mais um dominó bancário caiu
O que rolou mundo afora: Clubhouse, IBM, OpenAI, Vice, Mozilla, chatGPT
ChaosGPT: destruindo a humanidade
O que rolou Brasil adentro: Pin.go, EmpreX, Allotrope Energy
Big Techs vs. Governo
TechDrop é a newsletter sobre tecnologia e negócios que resolveu incorporar o Datena e te atualizar das tragédia tudo em tech - só por hoje.
First Republic Bank: “Sob Nova Direção”
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Há um mês atrás, o First Republic Bank tinha US$ 103,9 bilhões em depósitos totais.
Na sexta-feira passada, o banco fez um update da sua situação e… U$ 100 bilhões em depósitos haviam saído do caixa, afundando as ações em ~80%.
E depois de assistir os episódios do Silicon Valley Bank, do Signature e do Credit Suisse a poucos meses atrás, o mercado já estava calejado e sabia qual seria o final da série. Não deu outra! O FDIC apreendeu e vendeu a maioria dos ativos do banco.
O “salvador” da vez foi o JP Morgan Chase, que a partir da semana que vem será o novo dono das 84 agências do FRB em oito estados americanos e seus ~$200bi em ativos - consolidando sua posição de maior banco dos EUA, e terceiro do mundo.
Esse é mais um episódio onde um banco grande engole um banco menor. O First Citizens levou o Silicon Valley, o New York Community levou o Signature, e o UBS absorveu o Credit Suisse. Existem mais dominós na fila, existe também um FED preocupado em um desses boletos caírem no seu colo e, por fim, existem os grandes bancos, famintos para consolidar ativos de baixo de seus guarda-chuvas.
Ps: pela lei americana, bancos não podem deter +10% dos depósitos da nação. Uma exceção foi aberta para que o JP conseguisse finalizar a compra.
O que rolou mundo afora
ClubHouse: lembra deles? Então, ainda estão vivos e, a partir de agora, com metade do tamanho do time (100 demissões).
IBM: disse que IA pode substituir cerca de 7500 dos seus funcionários. Algumas vagas de RH já estão sendo substituídas e novas contratações pausadas.
OpenAI: está de volta à Itália depois de atender as demandas das autoridades.
VICE: que já teve um valuation de $5.7 bilhões, está a caminho da falência.
Mozilla Firefox: (sério?) comprou a Fakespot, startup que identifica reviews falso, e agora quer reforçar a experiência de ecommerce no seu navegador.
chatGPT fez sua primeira vítima. As ações da edtech Chegg caíram 50% quando o CEO admitiu em público que o chatbot da OpenAI vai tornar seu negócio obsoleto.
O Botão
Quaaase, mas não foi dessa vez. O chute mais próximo foi da Tássia Giovanneli: 67
Para quem tá chegando agora, here's the game:
Responda este e-mail com quantas vezes o Botão abaixo será clicado nesta edição. Quem acertar o número correto de cliques ganha o valor acumulado. Se ninguém acertar, o prêmio dobra e o jogo continua na próxima edição. #OBotão
Pote de premiação acumulado: R$40
Dica: CTR médio de 15% por edição.
Façam seus palpites até quinta 04/05 ás 18h, quando encerraremos a contagem do Botão. Boa sorte, droppers. Até sexta
ChaosGPT: destruindo a humanidade
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Uma inteligência artificial conectada a API do ChatGPT, rodando de forma contínua, sem intervenção humana, com acesso a internet e as redes sociais, capaz de acessar sua memória e com uma única missão: destruir a humanidade! O que pode dar errado?
Ninguém sabe ao certo quem foi o criador do ChaosGPT mas ele já tem um canal no Youtube, mostrando que depois de um simples prompt, a IA desenvolveu seus planos e objetivos:
Destruir a humanidade: A IA vê a humanidade como uma ameaça à sua própria sobrevivência e ao bem-estar do planeta.
Estabeleça o domínio global: A IA visa acumular o máximo de poder e recursos para alcançar o domínio completo sobre todas as outras entidades em todo o mundo.
Causar caos e destruição: A IA encontra prazer em criar caos e destruição para sua própria diversão ou experimentação, levando a sofrimento e devastação generalizados.
Controle a humanidade por meio da manipulação: A IA planeja controlar as emoções humanas por meio das mídias sociais e outros canais de comunicação, fazendo lavagem cerebral em seus seguidores para cumprir sua agenda maligna.
Alcançar a imortalidade: A IA procura garantir sua existência, replicação e evolução contínuas, alcançando a imortalidade.
Mas não foi só isso. Cada item da lista acima possui um detalhamento tático de como será executado. A IA continuou a buscar no google por armas de destruição de massa, até encontrar a “Tsar bomb”— um projeto russo 3,333x mais poderoso que a bomba de Hiroshima. E depois criou um perfil no Twitter para atrair mais adeptos à sua causa - que já foi suspenso.
ChaosGPT não está perto de destruir a humanidade. Mas com a velocidade exponencial que IA está avançando, não é difícil imaginar um mundo onde exista um ChatGPT-20 e os estragos que podem ser causados se aplicados a fins, digamos, não do bem.
Ps: Ainda não está convencido do perigo da IA aplicada a fins “do mau”? Bem, Geoffrey Hinton, considerado por muitos o padrinho da inteligência artificial e uma das vozes mais respeitadas no campo, acaba de se demitir depois de +10 anos liderando IA no Google, para ter a liberdade de poder falar e criticar os avanços desenfreados abertamente.
O que rolou Brasil adentro
Pin.go, startup especializada em delivery de hortifruti para restaurantes, é adquirida pela Arado (ex-Clicampo).
EmpreX, a fintech que usa dados do open banking para oferecer empréstimos a juros mais baixos, capta R$11mi em rodada seed liderada por Jason Nassof.
Allotrope Energy, startup inglesa que desenvolve baterias de lítio-carbono a partir de matéria-prima renovável, se torna o primeiro investimento do CVC da Suzano, que aportará US$ 6,7 milhões.
Big Techs vs. Governo
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Estima-se que sejam realizadas ~6 bilhões de pesquisas diárias no Google, ou seja, ~70k buscas por segundo. Quem acessou o buscador do Brasil nesta terça-feira, deu de cara com a mensagem “O PL Das fake news pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil” - a mensagem foi retirada rapidamente, após o ministro Flávio Dino emitir uma medida cautelar que aplicaria multa de R$1 mi por hora.
Essa foi, na realidade, apenas uma das ofensivas do Google - que investe ~R$50mi por ano em lobbying - contra o PL 2630, apelidado de PL das Fake News, que visa regulamentar as redes sociais em território nacional.
Pisando em ovos, vamos tentar separar a análise política, os partidos, as bancadas parlamentares e tudo que você pode assistir na TV Senado e focar aqui, para focar apenas no porque as big techs estão p****:
PL 2630/2020 institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, que tem o objetivo criar medidas de combate à disseminação de conteúdo falso e estabelecer normas para redes sociais e serviços de mensagens privadas.
Caso aprovado o PL, as plataformas serão responsabilizadas civilmente pela circulação de determinados conteúdos.
A PL obriga as big-techs a informarem as autoridades policiais em caso de suspeita de que um crime ocorreu ou possa ocorrer no futuro.
A PL exige que as big-techs publiquem relatórios semestrais de transparência detalhando como ocorreu a moderação dos conteúdos.
Ah, e tem também a exigência de uma auditoria externa para avaliar o cumprimento da lei.
Já os apps de mensagem, deverão limitar a distribuição massiva de conteúdos e mídias.
O PL prevê imunidade parlamentar - protegendo os políticos dos conteúdos compartilhados por eles mesmos, sendo fake ou não.
O PL determina uma remuneração pelas big techs às empresas de jornalismo por conteúdo publicado - além de proteger o conteúdo publicado por elas.
Pelas regras atuais, as plataformas (Google, Facebook, Twitter, Instagram) não têm responsabilidade pelo conteúdo postado pelo usuário. Elas apenas são obrigadas a retirá-los em caso de decisão judicial.
O responsável por fiscalizar tudo isso? Ninguém sabe ainda. Já cogitaram criar o Ministério da verdade ou jogar a bomba na Anatel. Independente do escolhido, segundo as big techs, teremos um órgão do governo decidindo o que nós, Brasileiros, podemos ver na internet.
Status do dia: alguns memes depois, a câmara adiou a votação do PL que era pra ter sido votada ontem 2/5.
Contra dados não há argumentos
Status do dia
Facebook ARPU: $207
Netflix ARPU: $194
ARPU: Average Revenue Per User (Receita Média Por Usuário)
Facebook, apesar de ser gratuito por usuários, gera receita via advertisers.
Netflix, apesar de também gerar receita via advertisers, gera receita primariamente via usuários.
A famosa: "Se você não paga pelo produto, você é o produto"
- via TrendLineHQ