💧 Smart Contracts
Entendendo o mercado de smart contracts. O que rolou mundo afora (China, Zoom, Europa, Headspace, Clubhouse e Amplitude), e o que rolou Brasil adentro (Petlove, BiUp, Flix, Nubank).
Morning, Dropers!
Começou ontem o julgamento oficial da (ex) empreendedora e CEO da startup Theranos, a Elizabeth Holmes. A healthtech dizia ter desenvolvido um dispositívo que performava exames de sangue mais economico e mais rápido, mas agora responde por +12 acusações de fraude. Se você ainda não está por dentro, vale a pena assistir o documentário da HBO: “The Inventor: out for blood”.
A edição de hoje:
Smart Contracts: o que, como, por que, onde?
O que rolou mundo afora: China, Zoom, Europa, Headspace, Clubhouse e Amplitude
O que rolou Brasil adentro: Petlove, BiUp, Flix, Nubank, Everlog
Smart Contract: se/quando… logo!
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Cansado de ter que ir no cartório autenticar documentos? Desanimado de pensar em imprimir aquelas 3 vias do contrato, assinar e enviar por sedex para as outras quatro partes envolvidas fazerem o mesmo? Desconfiado se aquele interessado em comprar seu carro usado vai mesmo honrar o combinado?
Seja bem-vindo ao mundo dos Smart Contracts.
O que?
Inicialmente proposto por Nick Szabo em 1990, os Smart Contracts são contratos digitais programados em blockchain que são automaticamente executados uma vez que os termos e condições previstos são alcançados, tornando o processo rastreável, irreversível e incorruptível.
A diferença para o modelo de contratos atuais, é que não existe um intermediário controlando o processo. Isso é feito automaticamente por código uma vez que os pré-requisitos sejam preenchidos.
Outra diferença é que, pelo fato das transações estarem salvas em blockchain, as informações são facilmente acessíveis e imutáveis, ninguém pode alterar o que já aconteceu.
Como?
Programadores escrevem as regras em código no blockchain
Quando as condições do forem alcançadas e validadas por ambas as partes, uma rede de computadores executa as ações pré-determinadas
A blockchain passa por uma atualização e registra a execução do contrato
Isso significa que a transação não pode mais ser alterada e nem apagada, e apenas as partes permitidas podem ter acesso aos resultados
Por exemplo: as regras poderiam ser (a) quando uma nota de R$5 for inserida e (b) uma das opções de refrigerante for selecionada, então (c) uma lata deve ser entregue. Sim, as máquinas de refrigerante do pátio da escola foram um dos primórdios dos smart contracts: sem intermediários, sem atrasos, sem custo extra e irrefutável.
Atualmente, as blockchains mais populares que suportam o desenvolvimento dos smart contracts são:
- Bitcoin
- Ethereum
- Cardano
- Tezos
- EOS.IO
Por que?
Apesar do fim dos cartórios já serem motivos o suficiente, existem outras vantagens em utilizar os smart contracts, incluíndo:
- Velocidade e eficiência: execução imediata e sem intermediários, diminuindo custos e eliminando o risco de erro humano.
- Transparência e assertividade: sem a necessidade de envolver uma terceira parte e com todos os registros criptografados no blockchain, não há possibilidade de manipulação das informações de nenhum lado.
- Segurança: por serem criptografados é quase impossível serem hackeados. Por estarem em uma blockchain, todos os acontecimentos ficam registrados em um bloco de informações imutável.
- Economia: sem atrasos e sem taxas, visto que o código é executado imediatamente conforme foi programado.
Aonde?
Apesar de o mercado de máquinas de refri e outros produtos girarem acima de U$30bi/ano, os mercados endereçáveis por smart contracts vão muito além dos pátios de escola.
A Indústria de óleo e gás (O&G), por exemplo, envolve transações de valor muito alto (U$388 bi em 2019) e com muitas partes envolvidas (fornecedores, transportadores, extratores, compradores, distribuidores e diferentes países), se tornando um ambiente perfeito para uma tecnologia que traz ordem, transparência e agilidade. Além disso, quase 10% das transações de óleo cru são disputadas, o que equivale a cerca de U$ 150 bilhões a cada ano.
- Registros e transferências de veículos
- Derivativos (opções e futuros) e títulos (do tesouro, imobiliários)
- Heranças e Registros de nascimento
- Transações e registros imobiliários
- Contratos de trabalho
- Cadeia de produção e controle de fornecedores
- Urnas eletrônicas (!)
O que rolou mundo afora
China: manda quem pode, obedece quem quer sobreviver. Uma nova lei que limita o uso de vídeo games para menores de 18 anos a 3h/semana obrigou a Tecent (e outros) a se adaptar e impor as regras com uso de reconhecimento facial e verificação de ID para liberação.
Zoom: bateu as expectativas dos analistas com ganhos maiores que o esperado, anunciou o plano para comprar a Five9 por $14.7bi, manteve um crescimento YoY de 54% e, mesmo assim, viu suas ações caírem 10%.
Europa: é um passeio no parque perto da China. Mesmo assim, está para abrir uma investigação formal contra a aquisição da Arm pela Nvidia (metaverso)
Headspace: o app de meditação irá juntar as escovas com Ginger, o app de vídeo terapia e coaches de saúde. Juntos, somarão +100m usuários em +190 países com um valuation de +$3bi.
Clubhouse: a rede social exclusivamente de audio, planeja lançar um marketplace que conecta os criadores de conteúdo com marcas, agencias e agentes, dando início a sua jornada no mundo dos ads.
Amplitude: a startup de análise de dados de produtos online entra com pedido de registro para abrir IPO.
O que rolou Brasil adentro
PetLove: depois de uma fusão com a DogHero e outra com a Porto Seguro, a startup levanta rodada de R$750mi com a Riverwood.
BiUP: a edtech de cursos de alta performance, levanta R$2mi de Vitor Rocha - que também é presidente e CEO da empresa.
Flix: a insurtech que oferece seguros residênciais 100% online, levanta rodada de R$5mi e planeja expansão do modelo B2B2C.
Nubank: a startup mais valiosa do Brasil finaliza compra da Spin Pay e abre caminho para sua estréia no mercado de ecommerce, antes de estreiar na bolsa de valores com um IPO que promete movimentar R$500bi.
Everlog: a logtech voltada para o setor de varejo e ecommerce, fecha rodada de R$1.5mi liderada pela Cedro Capital.