💧 Quando Big Tech compram Small Tech
+ O Hard time do SoftBank + O que rolou mundo afora e Brasil adentro
Bom dia, droppers!
Só um lembrete antes de você gastar fortunas na subscription daquela ferramenta nova: o filme sul-coreano Parasitas - aquele que ganhou o Oscar, o Emmy e o Golden Globes - foi editado e mixado usando uma versão de +10 anos da ferramenta Final Cut Pro 7.
Na edição de hoje, em 6 minutos e 30 segundos:
SoftBank, Hard Time!
O que rolou mundo afora: Demissões, Elon Musk, Google, Netflix, WhatsApp
Quando Big Tech compram Small Tech
O que rolou Brasil adentro: Flity & Vivalisto, MakroSystems & unico, 23S Capital, Microexato & Sebeltti, ISA LAB
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Soft Bank, Hard Time!
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O massivo conglomerado de investimento japonês, liderado por Masa Son, anunciou o seu pior desempenho trimestral da sua história, registrando uma perda de $23.4 bilhões. #WeCrashed
Depois de ter se gabado por ter levantado $45 bilhões em 45 segundos, agora Masa bate outro recorde: o de perder $10 milhões por hora por 3 meses consecutivos!
Diferente do famoso slide com unicórnios entrando um Vale do Coronavírus de 2019 (Slide 50), ou de quando ele se comparou a Jesus Cristo, dessa vez, Masa vestiu a sandália da humildade e usou uma imagem do Samurai Tokugawa Ieyasu (Slide 4), pintada após uma catastrófica derrota em batalha. E também apresentou duas desculpas motivos:
A desvalorização da moeda japonesa Yen (-17% YTD)
A correção/confusão no mercado de ações global (S&P500 -14% YTD)
Entre a alocação de capital dos 3 Vision Funds, existem 473 startups, sendo que 94% das perdas ($22bi) são do Fund 2:
Vision Fund 1: 94 startups, entre elas: Uber, WeWork, ByteDance, Didi, Flexport, Creditas, Gympass, Opendoor, etc.
Vision Fund 2: 276 startups, entre elas: FTX, Klarna, Flipkart, Sendoso, Cerebral, Revolut, Brex, etc.
Latin America Fund: 103 startups, entre elas: Rappi, Gupy, Loft, Unico, Pipefy, Loggi, MadeiraMadeira, Contabilizei, GetNinjas, olist, Descomplica, Uol Edtech, Jusbrasil, Avenue, Inter, Buser, Vtex, Nubank, Swile, etc..
Para cobrir um pouco do buraco, o Softbank está vendendo suas ações nas startups que já fizeram IPO (Didi, Uber, Slack, Opendoor, Nvidia) e, seguindo adiante, a previsão de investimentos é de "meros” $600milhões para o trimestre, bem abaixo dos $20.6bi de um ano atrás.
A frase "quanto mais alto o voo, maior o tombo” nunca fez tanto sentido. Em 2020, momento de pico dos valuations tech, o Softbank reportou $46 bilhões de lucro - um recorde entre empresas japonesas e $5bi mais que o Google ganhou no ano.
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O que rolou mundo afora
Demissões: chegaram nas logtechs com a Loggi demitindo 15% do quadro de funcionários (cerca de 540 pessoas), e o Grupon demitiu 15% (cerca de 500 pessoas), MadeiraMadeira corta 3%
Elon Musk: vendeu o equivalente à ~$7bilhões de ações da Tesla, caso seja obrigado pela corte a comprar o Twitter.
Google: ficou fora do ar nesta terça com +40k reports ao redor do mundo sem acesso a suite de produtos da Alphabet.
Netflix: menos que 1% do total de assinantes do streaming estão jogando os games lançados (~1.7milhões de jogadores).
WhatsApp: lançou novas funcionalidades de segurança, incluindo bloqueio de screenshots, sair de grupos sem notificação e bloqueio de status online
Quando Big Tech compram Small Tech
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Existem dois caminhos para que o seu produto, um dia, seja parte das soluções das big techs (Google, Amazon, Apple, Facebook e Microsoft): o sonho de ser adquirido ou o pesadelo de ser copiado.
Há anos o governo americano bate cabeça tentando regular o mercado para evitar práticas anti-competitivas até que, finalmente, exigiram as gigantes a abrir a caixinha de pandora com todas as aquisições realizadas nos últimos 10 anos (de 2010-2019) e, entre as 616 startups compradas, você encontra:
>$1mi & <$5mi: 99 americanas, 46 gringas
>$5mi & <$10mi: 64 americanas, 29 gringas
>$10mi & <$25mi: 95 americanas, 67 gringas
>$25mi & <$50mi: 56 americanas, 28 gringas
>$50mi: 86 americanas, 46 gringas
Os dados, além de potencialmente darem luz aos reguladores, também são uma aula para empreendedores que posicionam suas startups para uma eventual aquisição. Algumas lições, por exemplo:
Venda cedo: cerca de 40% de todas as aquisições tiveram um preço menor que $10mi e 80% delas custaram menos que $50mi.
Seja enxuto: cerca de 55% das startups adquiridas tinham menos que 10 funcionários e 90% delas menos que 50 funcionários.
Se para um bootstrapper, que tem 100% das ações da sua startup, uma venda por $10mi pode ser um divisor de águas. Para os investidores de venture capital, que entraram no jogo na esperança de cavalgar em um unicórnio, a venda para as big-techs, mesmo trazendo algum retorno financeiro, é considerada um fail, dado o tempo e custo de oportunidade.
Dando um zoom out e olhando para as aquisições >$50mi (aquelas que podem fazer jús ao jogo dos VCs), dentro do mesmo período, houveram 2100 aquisições nos EUA - ou seja, as big techs estavam envolvidas em apenas ~4% do total.
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O que rolou Brasil adentro
Flity, a proptech que permite que corretores imobiliários criem seus sites em minutos, é adquirida pela concorrente Vivalisto. Juntas o valution atinge +R$20mi.
MakroSystems, a securitytech protegendo operações financeiras digitais é adquirida pela unico, a idtech de autenticação, por R$150mi.
23S Capital, é a nova joint venture entre Votorantim e o Fundo Soberano de Singapura para investir R$3.6bi em startups late stage brasileiras.
Microexato, a fornecedora de ativos de TI do interior paulista, é adquirida pela Sebeltti, especializada em outsourcing de TI.
ISA LAB, a healthtech de exames e vacinas a domicílio, capta R$60mi em rodada com participação da FIR Capital, Vox, Kórtex,Sabin, Bradesco Saúde, Yaya
Contra dados não há argumentos
Quantidade de capital nas mãos de VCs ainda não alocado em startups:
Status do dia
O volume mensal de investimentos em startups brasileiras caiu 50%, se comparado ao mesmo mês do ano passado, totalizando US$ 235,6 em 38 transações.
Por outro lado, o número de M&As mensais, comparado ao mesmo mês do ano passado, cresceu de 17 para 21.
- via Distrito