Morning, Dropers!
Há exatos 52 anos depois do primeiro humano pisar na lua, 20 de julho de 1969, Jeff Bezos se tornou o segundo bilionário a ir para o espaço. O homem mais rico do mundo embarcou ontem no primeiro foguete tripulado da Blue Origin. Depois de sair vivo, ele agradeceu aos meros mortais: "Agradeço a cada funcionário da Amazon, a cada cliente. Vocês pagaram por isto tudo aqui" - a combinação perfeita para uma avalancha de memes.
Chipageddon?
escassez dos chips, chip shortage
Criado pela escassez na fabricação de semi-condutores, tudo o que é digital e, consequentemente precisa de CHIPs para funcionar, está ameaçado: TV, Celulares, Computadores, Carros, Cloud, Mineração de Cripto, 5G, AI e a lista só aumenta.
Então, se o seu Playstation 5 ainda não chegou, espera sentado por que a fila pode durar até 2022 e, dessa vez, não é culpa dos correios. A escassez é tão grave que já tem até uma página no Wikipedia dedicada a isso.
Motivo?
Seria impossível listar apenas um responsável pelo colapso. Foram vários os motivos que nos trouxeram até aqui, entre eles:
Erros de previsão: a demanda por chips foi muito maior do que o esperado e os fabricantes não estavam preparados. Considerando que o ciclo de produção é longo, mudança significativas de direção/volume levam tempo para serem adaptadas;
Cadeia de produção: vários eventos travaram o funcionamento da cadeia produtiva, dentre eles: Suez Canal (o navio que travou uma das rotas mais movimentadas entre Ásia<>Europa), o Temporal no TExoas (que fechou a fábrica da Samsung e outras), Incêndios no Japão (parou a fabrica responsável por 2/3 dos chips usados em carros), Inundações em Taiwan e outras…
Concentração geográfica: EUA é o líder em engenharia, propriedade intelectual e design. Taiwan e Coreia do Sul são líderes (com 100%) da manufatura de semicondutores, China é a líder na montagem, embalagem e testes - segundo a BCG. Se por um lado a concentração da produção em poucos lugares traz economia, por outro, traz vulnerabilidade: qualquer problema geopolítico, tipo a guerra comercial EUAxCHINA impacta o mercado global inteiro.
Os Ganhadores e os Perdedores
Na primeira posição entre os perdedores, estão as fabricantes de smartphones, de carros elétricos, de TVs, computadores e outros hardwares de tecnologia que, apesar do interesse estar em altas históricas, estão precisando adaptar os planos de produção, visto que os prazos de entrega dos semicondutores está em 1.5 anos, e o investimento em R&D (Pesquisa e Desenvolvimento) nunca foi tão baixo.
Na segunda posição estão os empreendedores e as startups. Se para a Samsung está difícil conseguir um chip para um smartphone que possivelmente já foi vendido, imagina para o empreendedor que, além da falta de capital, agora precisa montar um protótipo não funcional.
Em terceiro e último lugar, nós, os consumidores. Além de terem que ficar trancados em casa, agora precisam pagar mais pelos mesmos produtos e ainda esperar uma fila de anos para que os produtos cheguem até você.
Já no pódio dos ganhadores, as fabricantes de chips, que atingiram um recorde de faturamento no primeiro trimestre de 2021, atingindo a marca de $22.75bi. Por outro lado, já que não dá para produzir carros novos, os carros usados também atingiram uma marca histórica de 30% maior se comparado ao ano passado.
E agora?
Ao contrario das empresas de serviço e software, atualmente trabalhando de pijama em casa nos seus computadores com chips, o desenvolvimento de hardware é mais complexo e pesado - tirar uma pequena fábrica de chips do papel começa à $20bi. Para que a industria tenha alguma mudança significativa, é dependente do movimento das grandes empresas (como a Intel investindo $20bi na sua própria produção), e de governos (Europa visando dobrar sua capacidade produtiva ou o presida Biden passando o CHIPS Act, Creating Helpful Incentives to Produce Semiconductors (pausa e palmas para quem nomeou o ato).
blu
fintech, adiantamento de recebíveis, R$300mi, blu
Que tal empreender resolvendo um problema enfrentado por 90% de um mercado de 8,1% do PIB nacional ou, em outras cifras, R$22.7 trilhões por ano?
É exatamente esse o play da blu! A grande maioria dos pequenos varejistas parcela a compra dos clientes em várias vezes. Porém, a própria loja só tem 30-90 dias de prazo para pagar o fornecedor = problemas no fluxo de caixa.
Desde 2013 a blu ajuda os varejistas a adiantarem o valor a ser recebido futuramente, porém, até então sua atuação era limitada as lojas que utilizavam sua maquininha. Agora o BC mudou a regra e tirou esse impedimento, aumentado o TAM (total addressable market) da empresa em >90%, visto que a mesma pode oferecer seus serviços para qualquer varejista, independente da maquininha utilizada.
E foi surfando o embalo de 71% de crescimento no último ano, com 15k lojistas e 2.5k fornecedores como clientes, que a fintech acaba de levantar uma rodada de R$300mi da Warburg Pincus.
Rounds, M&As, Exits e mais
Daki, a startup argentina concorrente da Rappi e do iFood, junta com a americana Jokr, capta série A de R$870 milhões para expandir no Brasil.
Pomelo Pay, a fintech argentina que transforma outros negócios em fintechs, capta seed rounda de U$1mi da Sequoia e visa expansão no BR.
Infracommerce, coloca a grana do IPO (R$902mi) para jogo e faz sua primeira aquisição, a startup Summa Sollutions, de serviços de desenvolvimento para ecommerces, por R$9mi.
Curseria, a edtech de cursos online ministrado por famosos, capta R$25mi em rodada seria A.
Nuvidio, a startup que fornece infraestrutura de vídeo para o relacionametno com cliente, fecha rodada de R$1mi.